Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, sócio do escritório Pimentel & Mochi Advogados Associados, ressalta que a recuperação judicial é um instrumento jurídico pensado justamente para preservar empresas e garantir sua continuidade. Isto posto, o receio de uma falência após esse processo costuma existir, mas é importante compreender que esse é um cenário que depende, em grande parte, de escolhas inadequadas de gestão. Pois, com organização e estratégias corretas, o período pós-recuperação pode ser de estabilidade e crescimento. Com isso em mente, continue a leitura e confira práticas que ajudam a consolidar essa retomada.
Posso pedir uma nova recuperação judicial?
Segundo o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, a legislação estabelece que, uma vez concedida a recuperação judicial, a empresa só poderá solicitar novamente o benefício após cinco anos. Isso significa que é essencial que o negócio aproveite esse período para fortalecer sua estrutura.
Portanto, o cuidado na gestão e a disciplina no cumprimento do plano são fatores decisivos para que a empresa siga em operação saudável e evite riscos. Até porque a falência após uma recuperação judicial não é um desfecho automático. Trata-se de uma possibilidade que geralmente ocorre quando a empresa retoma velhos erros, como a falta de controle financeiro ou a ausência de planejamento estratégico, conforme frisa o Dr. Lucas Gomes Mochi, também sócio do escritório.
Quais medidas fortalecem a empresa no período pós-recuperação judicial?
Com boas práticas, a empresa pode transformar a recuperação judicial em um ponto de virada para consolidar um modelo de gestão mais sólido. Entre as principais medidas estão:
- Gestão financeira preventiva: acompanhamento constante do fluxo de caixa para antecipar ajustes necessários.
- Diálogo permanente com credores: manutenção de uma relação transparente, que facilita novas negociações em cenários pontuais.
- Governança corporativa: criação de processos de tomada de decisão claros e eficientes, capazes de evitar escolhas arriscadas.
- Planejamento jurídico contínuo: revisão de contratos e estruturação de mecanismos de proteção patrimonial e societária.
Essas ações contribuem para transformar o período após a recuperação judicial em uma etapa de aprendizado e fortalecimento. Como comenta o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, quando a empresa aplica essas medidas, o risco de falência deixa de ser uma ameaça concreta.

Como o planejamento jurídico pode evitar novos problemas?
A atuação preventiva no campo jurídico é uma das principais aliadas da gestão empresarial. Estruturas como holdings familiares ou patrimoniais, revisão de contratos de fornecimento e mecanismos de blindagem lícita do patrimônio ajudam a evitar litígios que poderiam comprometer a estabilidade do negócio.
Além disso, acompanhar eventuais execuções que foram suspensas durante o processo de recuperação judicial é fundamental para evitar surpresas após o fim do stay period. Segundo o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, esse acompanhamento garante que a empresa mantenha o controle sobre suas obrigações e reduza a exposição a riscos desnecessários.
Quais práticas de gestão sustentam a recuperação judicial a longo prazo?
A recuperação judicial oferece ao empresário a oportunidade de repensar a forma como conduz o negócio, de acordo com o Dr. Lucas Gomes Mochi. O que inclui buscar inovação, diversificar produtos ou serviços e adotar modelos de gestão mais profissionais. Isto posto, para empresas do setor produtivo ou rural, por exemplo, investir em novas tecnologias ou em parcerias estratégicas pode abrir caminhos para aumentar a competitividade.
Assim, quando a gestão une visão econômica com suporte jurídico qualificado, os resultados são mais consistentes e o ambiente de instabilidade fica sob controle. Outro ponto relevante é a comunicação com o mercado. Empresas que demonstram transparência e responsabilidade ao cumprir o plano de recuperação judicial fortalecem sua imagem e conquistam novamente a confiança de clientes, fornecedores e investidores, conforme ressalta o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel.
A recuperação judicial como uma oportunidade de crescimento
Em conclusão, a recuperação judicial deve ser vista como um recurso que possibilita reestruturação e aprendizado. Uma vez que o cenário de falência só se torna realidade quando más decisões são tomadas após o processo. Dessa forma, o empresário que encara a recuperação judicial como um ponto de renovação consegue criar bases sólidas para a continuidade de suas atividades, aproveitando o momento para evoluir e crescer de forma sustentável.
Autor: William Brewer
