Cibersegurança e IA são temas centrais em debates do ExpoJud

William Brewer
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A ExpoJud 2025 se consolidou como um dos maiores eventos voltados para inovação no setor judiciário, reunindo milhares de participantes, entre gestores públicos, autoridades, magistrados e especialistas em tecnologia. A edição deste ano teve como foco principal dois temas de altíssima relevância para o futuro da Justiça: cibersegurança e inteligência artificial. Com mais de 200 palestrantes e uma feira de exposição que abrigou 130 estandes, o evento se tornou palco de discussões profundas sobre como o avanço tecnológico pode transformar o sistema de Justiça no Brasil.

Durante os painéis e mesas-redondas, ficou evidente que a cibersegurança deixou de ser apenas uma preocupação técnica para se tornar uma questão estratégica. Em um momento em que tribunais lidam com grandes volumes de dados sensíveis, proteger essas informações contra ataques cibernéticos é prioridade. Especialistas chamaram atenção para a necessidade urgente de modernizar as estruturas de defesa digital, integrando protocolos mais avançados e treinamentos contínuos com foco na prevenção e na resposta rápida a incidentes.

O debate sobre inteligência artificial também dominou os corredores da ExpoJud 2025. Ferramentas baseadas em IA já estão sendo aplicadas em diversas frentes, como triagem de processos, análise de jurisprudência e otimização de rotinas administrativas. No entanto, os palestrantes alertaram que, além da eficiência, é preciso garantir que essas soluções sejam transparentes, auditáveis e éticas. A confiança no uso da IA no Judiciário depende diretamente da capacidade dos sistemas de respeitar princípios constitucionais e direitos fundamentais.

A integração entre tecnologia e Justiça, amplamente discutida durante o evento, apontou para a criação de um novo paradigma no setor público. A presença massiva de empresas de tecnologia, universidades e centros de pesquisa na feira demonstrou que há um ecossistema se formando em torno da inovação judicial. Os estandes trouxeram soluções que vão desde softwares de gestão processual até sistemas de blockchain voltados para segurança jurídica, mostrando que o futuro já começou e exige preparo técnico e institucional.

Um dos destaques da ExpoJud foi a abordagem sobre o papel das instituições públicas na construção de um ambiente digital seguro. Diversos gestores apontaram a necessidade de cooperação entre tribunais, ministérios e agências reguladoras para estabelecer padrões de segurança digital. Essa colaboração deve ser permanente e guiada por princípios de governança, transparência e proteção de dados, principalmente após a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados, que trouxe novas responsabilidades para os órgãos públicos.

Outro aspecto levantado foi a importância de investir em capacitação. A modernização do Judiciário não depende apenas de infraestrutura tecnológica, mas também da qualificação de seus profissionais. Palestrantes reforçaram que o conhecimento sobre novas tecnologias deve fazer parte da formação contínua de servidores, juízes e demais operadores do direito. Isso garantirá uma adaptação mais fluida às transformações e evitará que as inovações sejam subutilizadas ou mal interpretadas.

A ExpoJud também reforçou o papel do Brasil como referência na busca por um Judiciário mais eficiente e digitalizado. A presença de delegações internacionais confirmou o interesse global nas soluções desenvolvidas em solo brasileiro, o que pode abrir caminhos para parcerias estratégicas e troca de conhecimento. O evento, portanto, não apenas promoveu o debate, mas também fortaleceu a imagem do país como polo de inovação jurídica.

Com o encerramento da ExpoJud 2025, ficou claro que temas como cibersegurança e inteligência artificial não são mais tendências distantes, mas realidades que já moldam o presente da Justiça. O evento deixou como legado um chamado à ação: é preciso acelerar a transformação digital de forma estruturada, responsável e inclusiva. O Judiciário do futuro será digital, seguro e inteligente, mas, acima de tudo, deverá continuar sendo humano, justo e acessível para todos.

Autor : William Brewer

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